TREINAR SOB SUPERVISÃO FAZ DIFERENÇA OU ISSO É APENAS MARKETING?

Na hora de procurar uma academia para treinar, muitas pessoas adotam como critério de seleção: proximidade do local da casa/trabalho, estrutura física, preço, tipo de público…. Porém deixam de considerar um fator crucial para o alcance dos objetivos: a QUALIDADE DO ACOMPANHAMENTO (GENTIL, 2014).

No Brasil, é obrigatório que as academias tenham profissionais de Educação Física devidamente regulamentados pelo CREF (Conselho Regional de Educação Física). Porém, apesar de isso ser uma regra, sabemos que na prática não é bem assim que funciona.

Muitas academias funcionam com pessoas sem nenhum registro ministrando aulas em diversas modalidades. Além disso, também existem academias com poucos professores supervisionando um número elevado de alunos, o que ocasiona baixa qualidade no atendimento.

Hoje, poucas pessoas com problemas de saúde procuram as academias. Grande parte do público frequentador desses espaços tem como maior objetivo a estética corporal. Porém, ambos necessitam de um acompanhamento de qualidade para que possam alcançar seus objetivos da forma mais segura possível.

Sendo assim, vejamos o que a ciência nos diz a respeito das diferenças nos resultados de indivíduos que treinam com ou sem supervisão profissional:

Em um estudo publicado por Mazzetti et al. no ano 2000 (primeiro estudo sobre o tema) os autores compararam a força máxima e a potência muscular após 12 semanas de musculação em homens moderadamente treinados (de 1 a 2 anos de experiência em musculação), os quais realizavam os mesmos treinos (treinos idênticos) sob supervisão individual ou sem supervisão direta. Ao final, o estudo demonstrou que os indivíduos que treinaram sob supervisão aumentaram a massa muscular, a força e a potência muscular.

Outro estudo publicado por Coutts et al. (2004) também avaliou os efeitos de 12 semanas de treinamento de musculação com e sem supervisão, só que em jovens atletas de Rugby. No treino sem supervisão, havia profissionais na sala para dar informação quando solicitados, mas o acompanhamento dos 21 atletas era feito por um profissional sem nenhuma formação na área (era do setor administrativo). Já o grupo supervisionado era acompanhado por especialistas da área com uma relação de 1 profissional para cada 7 atletas. Os resultados demonstraram que os atletas que treinaram sob supervisão de um especialista tiveram maiores resultados em ganhos de força em relação ao grupo que foi supervisionado por uma pessoa não especialista na área.

Para finalizar, queremos chamar a atenção para este estudo publicado pelos brasileiros Gentil & Bottaro (2010), que buscou avaliar os efeitos da supervisão nos ganhos de força em 124 homens jovens não treinados. Os participantes foram divididos em grupos de 20 e 25 alunos, com turmas sob supervisão alta (de 4 a 6 professores, média de 4 a 5 alunos por professor) e supervisão baixa (apenas 1 professor para 25 alunos). Os resultados mostraram que o grupo que sofreu alta supervisão aumentou 15,9% a força no supino em relação ao grupo baixa supervisão (10,2%). Para o torque de membros inferiores, o grupo que treinou sob alta supervisão teve aumento de 11,8% enquanto o grupo baixa supervisão aumentou apenas 1,4%.

Tendo vista tais evidências cientificas, é possível comprovar as vantagens de treinar sob a supervisão de um número adequado de profissionais especialistas que ofereçam um acompanhamento de qualidade.

Se você ainda tem dúvidas sobre a eficiência do treinamento supervisionado, venha treinar na FIT 4 YOU e DESPERTE SEU POTENCIAL!

Escrito por: Prof. Raphael Machado da Conceição CREF 126193-G/SP

REFERÊNCIAS

COUTTS, A. J.; MURPHY, A. J.; DASCOMBE, B. J. Effect of direct supervision of a strength coach on measures of muscular strength and power in young rugby league players. The Journal of Strength & Conditioning Research, v. 18, n. 2, p. 316-323, 2004.

GENTIL, P. Bases Cientificas do Treinamento de Hipertrofia. 5ª ed. 2014.

GENTIL, P.; BOTTARO, M. Influence of supervision ratio on muscle adaptations to resistance training in nontrained subjects. The Journal of Strength & Conditioning Research, v. 24, n. 3, p. 639-643, 2010.

MAZZETTI, SCOTT A. et al. The influence of direct supervision of resistance training on strength performance. Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 32, n. 6, p. 1175-1184, 2000.

 

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